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segunda-feira, 28 de abril de 2014

PNUD seleciona consultor para projeto de apoio ao desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades negras tradicionais

Ação visa à obtenção de dados e informações socioeconômicas e culturais sobre Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, com foco em regiões metropolitanas do país
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, seleciona consultor para elaboração de um Guia Orientador contendo metodologia, visando realização de mapeamentos socioeconômicos e culturais de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana. Os requisitos para a função são mestrado na área de Ciências Humanas ou Ciências Sociais Aplicadas e experiência de três anos na implementação de projetos com povos e comunidades tradicionais de matriz africana.
Os interessados deverão enviar currículo para secomt.seppir@seppir.gov.br, no período de 28 de abril a 07 de maio
Leia abaixo o Termo de Referência, ou faça o download aqui.

TERMO DE REFERÊNCIA 01/2014


1. Objeto
Consultoria para elaboração de um Guia Orientador contendo metodologia, visando realização de mapeamentos socioeconômicos e culturais de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana.

2. Antecedentes
O projeto “Apoio ao desenvolvimento sustentável dos povos e comunidades negras tradicionais” (BRA/13/020), entre seus objetivos específicos, visa à obtenção de dados e informações socioeconômicas e culturais sobre Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, com foco em regiões metropolitanas do país. As informações devem subsidiar a SEPPIR e demais instituições governamentais para a elaboração e execução de políticas públicas eficazes para o segmento no âmbito do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana.
Os povos tradicionais de matriz africana se reconhecem como unidades de resistência africana no Brasil. Esses coletivos se caracterizam pela manutenção de um contínuo civilizatório africano no Brasil, constituindo territórios próprios marcados pela vivência comunitária, pelo acolhimento e pela prestação de serviços sociais e são uma importante referência de africanidade na sociedade brasileira.
Esses povos são originários de diversas regiões do continente africano que compreende atualmente os países de Angola, Congo, Moçambique, Benin, Togo, Gana, Guiné, Nigéria, Senegal, dentre outros. Esses africanos e africanas, a despeito de toda a violência do sistema escravista e do racismo pós-abolição, mantiveram vivas suas tradições e práticas culturais.
Três grandes matrizes culturais – Yorùbá, Bantu e Ewé Fon – conseguiram preservar muito de suas cosmovisões, conhecimentos e tecnologias, tornando-os marcas indeléveis na história e no modo de ser e viver brasileiros. Essas matrizes culturais se re-elaboraram no processo de convivência e interação com as populações locais, dando origem a territórios tradicionais, com diversas denominações, de norte a sul do país.
Em 2012, foi lançado o “I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana”. O Plano é um instrumento de coordenação e planejamento das ações do Governo Federal e foi elaborado sob a coordenação da SEPPIR em parceria com mais dez órgãos federais. O quadro de iniciativas e metas contém três eixos estratégicos: (i) Garantia de Direitos, (ii) Territorialidade e Cultura e (iii) Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável. Esses eixos estão organizados num total de 10 (dez) objetivos, 19 (dezenove) iniciativas e 56 (cinqüenta e seis) metas.
Na última década, foram realizados mapeamentos em algumas das regiões metropolitanas do Brasil, regidos por diferentes princípios, metodologias e composições de equipe (ver item 9: Insumos). O objetivo geral desses levantamentos coincide, mas o uso de técnicas variadas de cartografia e a aplicação de diferentes tipos de questionários impedem que as informações sejam compiladas, comparadas e incrementadas a partir dos mesmos parâmetros. Nesse sentido, se justifica a elaboração de um Guia Orientador, que refletirá as principais demandas para elaboração de políticas públicas e fortalecimento do protagonismo dos povos de matriz africana na relação com o Estado.

3. Número do resultado no PRODOC/PNUD
Produto 3: Mapeamento socioeconômico participativo das casas tradicionais de matriz africana, em regiões metropolitanas do país, realizados.
Item 3.2: Elaboração de diretrizes e metodologia de mapeamento, com base na sistematização de experiências anteriores, e acompanhamento da realização dos mapeamentos, de forma a garantir base mínima comum que permita sistematização do conjunto dos mapeamentos realizados.

4. Objetivos da consultoria
Elaboração de Guia Orientador para Mapeamentos Socioeconômicos e Culturais dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, que tenham por princípios (i) o protagonismo das comunidades mapeadas e (ii) a promoção do acesso às políticas públicas. 

5. Descrição das atividades
1 – Proceder levantamento de informações sobre os Mapeamentos Socioeconômicos e Culturais dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana realizados no Brasil, para além daqueles citados no item xxx;
2 – Analisar comparativamente as metodologias, diretrizes e parâmetros utilizados nos mapeamentos de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, diagnosticando equívocos e boas práticas, a partir de orientações da equipe técnica do projeto;
3 – Entrevistar representantes do Governo Federal, integrantes do Grupo de Trabalho Interministerial – GTI do I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, lideranças tradicionais de matriz africana e pessoas que já coordenaram pesquisas da mesma natureza, na perspectiva de elaborar metodologia de mapeamentos que contemple as políticas sociais e culturais do Governo Federal;
4 – Redigir minuta de Guia Orientador para Mapeamentos dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana a ser apresentada para o GTI para validação;
5 – Incorporar as propostas do GTI na minuta do Guia Orientador;
6 – Acompanhar até dois trabalhos de equipes que estejam realizando mapeamentos de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana no período da consultoria.
6. Produtos esperados
Produto 1 – Levantamento e compilação dos dados sobre os mapeamentos de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana realizados;
Produto 2 – Relatório analítico sobre as experiências de mapeamentos de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, comparando diretrizes, metodologia e questionários e, também, sistematização das informações em um banco de dados;
Produto 3 – Relatório analítico a partir das entrevistas realizadas com representantes do Governo Federal, lideranças tradicionais de matriz africana e pessoas que já coordenaram pesquisas similares; e proposta de questionário base para mapeamentos de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana;
Produto 4 – Guia orientador para realização de mapeamentos, com princípios, metodologia e modelo de questionário a aplicar; considerando o protagonismo e a promoção do acesso às políticas públicas das comunidades mapeadas.

7. Prazos de apresentação dos produtos
Produto 1 – deve ser apresentado até dia 25 dias após assinatura do contrato, em reunião de trabalho (presencial), realizada em Brasília – DF, na sede da SEPPIR;
Produto 2 – deve ser apresentado até dia 50 dias após assinatura do contrato, em reunião de trabalho (presencial), realizada em Brasília – DF, na sede da SEPPIR;
Produto 3 – deve ser apresentado até 100 dias após assinatura do contrato, em reunião de trabalho (presencial), realizada em Brasília – DF, na sede da SEPPIR;
Produto 4 – deve ser apresentado até dia 160 dias após assinatura do contrato, em reunião de trabalho (presencial), realizada em Brasília – DF, na sede da SEPPIR.

8. Cronograma de Desembolso
O pagamento se dará mediante a entrega e aprovação dos produtos, conforme estabelecido no item 7 deste Termo e no cronograma de desembolso cujos valores estão abaixo indicados:
a) Primeira parcela no valor correspondente a 16% do valor total do Acordo;
b) Segunda parcela no valor correspondente a 20% do valor total do Acordo;
c) Terceira parcela no valor correspondente a 28% do valor total do Acordo;
d) Quarta parcela no valor correspondente a 36% do valor total do Acordo.

9. Condições e forma de pagamento dos produtos
Serão considerados aptos para análise, por parte das equipes técnicas da SEPPIR, os produtos entregues e em atendimento aos itens 6 e 7 deste Termo. A equipe da SEPPIR terá até 10 dias úteis para analisar os documentos recebidos; sendo aprovado, o pagamento será efetuado em até 15 dias após o recebimento da documentação encaminhada pela contratada, conforme protocolo de recebimento da SEPPIR.
Passagens e diárias serão pagas pelo projeto.

10. Forma de apresentação dos produtos
Os relatórios deverão ser entregues em 2 cópias impressas e encadernadas, em papel A4, com fonte Times New Roman, tamanho 12, e 2 cópias em formato digital como arquivo WORD gravado em CD ou DVD, de acordo com as normas técnicas de edição de textos sugeridos pela ABNT.

11. Qualificações profissionais
Obrigatórias:
- Mestrado na área de ciências humanas ou ciências sociais aplicadas;
- Experiência comprovada de, no mínimo, 3 anos na implementação de projetos com povos e comunidades tradicionais de matriz africana;
Desejáveis:
- Experiência em execução de políticas de promoção da igualdade racial;
- Experiência em projetos de mapeamento socioeconômico;
- Doutorado na área de ciências humanas ou ciências sociais aplicadas;
- Conhecimento do uso de softwares de planilhas e bancos de dados.
Observação: É necessário ter disponibilidade para viagens.

12. Insumos
1.      “I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana”, SEPPIR, 2013.

2.      “Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, assim se reconhecem e recomendam que o Estado Brasileiro os reconheçam como tal”, Moção aprovada na III CONAPIR, 2013.

3.      “Mapeamento dos Espaços de Religião de Matriz Africana no Recôncavo Baiano e no Baixo Sul”, 2010/2011
Abrangência: 33 municípios do Recôncavo e da subregião do Baixo Sul – Bahia.
Formato: impresso
Execução: Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia.

4.      “Cadastro de Terreiros de Umbanda e Candomblé do Estado de São Paulo”, 2011
Abrangência: Estado de São Paulo
Execução: FFLCH/USP-SP
Formato: digital

5.      “Mapeamento dos Terreiros de João Pessoa”, 2011
Abrangência: João Pessoa/PB
Execução: Casa de Cultura lle Ase D'Osoguiã - IAO
Apoio: Prefeitura Municipal de João Pessoa - MC Fundo Municipal de Cultura e FUNJOPE – Fundação Cultural de João Pessoa
Formato: digital

6.      “Mapeando o Axé – Pesquisa Socioeconômica e Cultural das Comunidades Tradicionais de Terreiro”, 2010/2011
Abrangência: regiões metropolitanas e capitais dos estados de MG, PE, PA e RS
Realização: MDS, UNESCO e SEPPIR.
Execução: Associação Filmes de Quintal
Formato: digital e impresso “Alimento: Direito Sagrado”, MDS, 2011

7.      “Inventário dos Terreiros do Distrito Federal e Entorno – 1ª. Fase”, 2009
Abrangência: Distrito Federal
Execução: Superintendência do Iphan no Distrito Federal
Apoio: SEPPIR
Formato: impresso

8.      Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana do Rio de Janeiro”, 2008.
Abrangência: Estado do Rio de Janeiro
Execução: PUC/Rio
Apoio: SEPPIR e Conselho Griot
Formato: digital

9.      “Mapeamento dos Terreiros de Salvador”, 2007.
Abrangência: Salvador/BA
Execução: Universidade Federal da Bahia – Centro de Estudos Afro- Orientais
Apoio: Prefeitura Municipal de Salvador e Fundação Cultural Palmares
Formato: digital e impresso

13. Nome da Supervisora
Luana Lazzeri Arantes
Cargo da Supervisora: Diretora de Programas


14. Localidade do Trabalho
Brasília-DF

15. Data de início
Imediato, após a assinatura do contrato.

16. Data de término
Contrato de seis meses

17. Forma de Candidatura
Os interessados deverão enviar currículo para secomt.seppir@seppir.gov.br, no período de 28 de abril a 07 de maio.

ANEXO II – CRITÉRIOS DE SELEÇÃO ADOTADOS
PONTUAÇÃO MÁXIMA A SER ATINGIDA PELOS CANDIDATOS: 100 pontos
Fase 1: Análise Curricular: 60 pontos
Fase 2: Entrevista: 40 pontos

FASE I – Análise Curricular
Descrição dos Requisitos
Pontuação
Formação
Ponto
Pontuação Máxima
Doutorado na área de ciências humanas ou ciências sociais aplicadas
6
10
Mestrado Stricto Sensu completo na área de ciências humanas ou ciências sociais aplicadas
4
Experiência Profissional
Ponto
Pontuação Máxima
Implementação de projetos com povos e comunidades tradicionais de matriz africana (de 8 a 12 pontos)
De 03 a 05 anos de experiência
Acima de 05 anos de experiência


8
12
35
Sistematização e análise de dados (de 8 a 12 pontos)
De 03 a 05 anos de experiência
Acima de 05 anos de experiência

8
12
Experiência em execução de políticas de promoção da igualdade racial;
6
Experiência em projetos de mapeamento socioeconômicos
5
Conhecimento em Informática
Ponto
Pontuação Máxima
Planilhas eletrônicas
8
15
Bancos de dados
7
TOTAL MÁXIMO DA FASE I
60

FASE II – Entrevista
Entrevista
Ponto
Pontuação Máxima
Conhecimento especifico sobre os povos tradicionais de matriz africana
10
40
Conhecimento de políticas sociais
5
Experiência com metodologia participativa
5
Motivação para o trabalho
5
Disponibilidade
5
Habilidade em comunicação e expressão
5
Outro aspecto importante a ser avaliado
5
TOTAL MÁXIMO DA FASE II
40
TOTAL MÁXIMO DA AVALIAÇÃO (FASE I + FASE II)
100

1.      A seleção das propostas será realizada por uma Comissão de Avaliação, Julgamento e Classificação, a qual deverá ser composta no mínimo por 3 (três) e no máximo 5 (cinco) membros indicados por PNUD e SEPPIR. A seleção final terá como base parecer elaborado pela comissão.
2.      Somente os candidatos que atenderem aos requisitos mínimos passarão para a aferição dos itens pontuáveis da análise curricular com o fim de se estabelecer a pontuação final de cada candidato habilitado e a grade de classificação técnica.
3.      Para o item “Experiência Profissional”, a pontuação dos candidatos que tiverem acima de 05 anos de experiência nos critérios obrigatórios (implementação de projetos com povos e comunidades tradicionais de matriz africana e sistematização e análise de dados) pode ser somada até o total de 24 pontos.
4.      Os candidatos ao se candidatarem deverão apresentar atestado de capacidade técnica, relatórios, certificados ou documentos similares para fins de comprovação da experiência citada.
5.      Serão considerados os candidatos que obtiverem no mínimo 70% dos pontos nas duas fases. Caso a Comissão de Avaliação atribua o mesmo número de pontos a duas ou mais propostas, será utilizado como critério de desempate o(a) candidato(a) mais velho(a); em permanecendo o empate, considerar-se-á a pontuação do candidato no quesito “Experiência Profissional”.
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