O Projeto Vidas Plurais: enfrentando o sexismo e a homofobia nas escolas divulga o edital abaixo para seleção de docentes para ministrar aulas no curso de capacitação das(os) profissionais da rede pública do Distrito Federal. O Projeto Vidas Plurais é uma realização do Núcleo da Diversidade Sexual e de Gênero da UnB (NEDIG/CEAM/UnB), em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (Secad/MEC) e a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação da Secretaria de Educação do DF (EAPE/SEE). É um dos projetos nacionalmente selecionados e conveniados pela Secad/MEC, em 2009, no âmbito da Formação de Profissionais da Educação para Promoção do Reconhecimento da Diversidade Sexual e da Igualdade de Gênero nas Escolas, em cumprimento ao Programa Brasil sem Homofobia e II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres.
SELEÇÃO DE DOCENTES NA TEMÁTICA DE GÊNERO E DIVERSIDADE SEXUAL NAS ESCOLAS
Título do Projeto: Vidas Plurais: Enfrentando o sexismo e a homofobia nas escolas
Convênio: Secad/MEC e NEDIG – Núcleo da Diversidade Sexual e de Gênero da UnB
Coordenador: Hilan Nisssior Bensusan
Designação Profissional: Docente
Tipo de Contrato: hora-aula ministrada
Valor Bruto em reais por hora/aula ministrada: R$ 55,00
Data limite para envio da candidatura: 05/02/2010
OBJETIVO DO PROJETO
Capacitar 500 professoras/es da Educação Básica da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal em questões de diversidade sexual e combate a homofobia e sexismo, desenvolvendo para isso um livro-guia, material paradidático específico para condução das aulas ministradas durante o curso de capacitação.
OBJETIVO DA SELEÇÃO
Formar um banco de profissionais qualificados e/ou especialistas na área de gênero e diversidade sexual para ministrar aulas durante o curso de capacitação, que terá início no dia 01 de março de 2010. As aulas serão orientadas pelo Guia da(o) Docente, material elaborado pelo grupo de pesquisa do NEDIG.
JUSTIFICATIVA
O projeto contempla as diretrizes do Programa Brasil sem Homofobia no sentido em que suas ações estão engajadas em abrir novas perspectivas da não-discriminação por orientação sexual, da promoção dos direitos humanos e do combate à violência contra a população LGBT – lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
O objetivo do curso é sensibilizar professoras/es às questões de diversidade sexual, não apenas introduzindo o debate teórico e político que surge orientado pelos movimentos sociais de visibilidade e direitos LGBT, mas principalmente colocando em questão o papel da escola e das/os educadoras/es na reprodução da homofobia e sexismo.
A sala de aula é um ambiente diverso onde diferenças se manifestam, porém a tentação de supor uma igualdade de oportunidades entre alunas/os já inseridas/os num esquadrinhamento de raça, etnia, gênero, orientação sexual e classe gera alguns problemas. De fato, agir como se todas e todos fossem iguais é fechar os olhos para a especificidade. Uma das facetas da homofobia (e também do sexismo) é justamente o desprezo a uma pessoa que foge de um modelo que estabeleceria a condição de igualdade (ou de cidadania, ou de humanidade): o desprezo ao que é diferente. Sabemos que a homofobia está profundamente enraizada em nossa sociedade e pesquisas recentes mostram como essa questão aparece dentro da própria escola.
A pesquisa Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: Intolerância e Respeito às diferenças sexuais (2009), apresenta uma listagem de agentes discriminatórios em situações de homofobia; tal lista é encabeçada por instituições que sugeririam acolhimento e segurança: a família aparece em primeiro lugar, seguida de perto pela a escola. Já a pesquisa local Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência na Escola (2009), aponta não apenas para a força com que a homofobia aparece nas escolas do DF – com implicação de humilhação e segregação do convívio escolar, e impacto decisivo no sucesso ou fracasso escolar de pessoas LGBT – mas também para a banalização da violência contra a população LGBT: mesmo quando há reconhecimento da existência de preconceito, ele não é visto como um grave problema.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
- Mestrado ou Doutorado em temas relacionados com a Educação ou;
- Experiência de participação efetiva em movimentos sociais de afirmação da diversidade com atuação em educação/formação ou;
- Experiência Profissional mínima de 2 anos em:
- Ações e iniciativas relacionadas à temática de feminismo, gênero, educação, políticas públicas para mulheres e/ou população LGBT, direitos humanos ou violência contra mulheres ou população LGBT;
- Atividade docente relacionada à temática de feminismo, gênero e/ou direitos humanos;
CRITÉRIOS DE SELEÇÃO
A avaliação da qualificação técnica será obtida pela aplicação dos seguintes critérios:
a) Formação Acadêmica;
b) Experiência Profissional;
c) Entrevista (apenas com as cinco primeiras pessoas classificadas).
A entrevista considerará os seguintes critérios:
- Conhecimento sobre o Programa Brasil sem Homofobia, II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres;
- Conhecimento sobre as pesquisas Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil: Intolerância e Respeito às diferenças sexuais (2009) e Revelando Tramas, Descobrindo Segredos: Violência e Convivência na Escola (2009);
- Experiência em docência ou outros projetos vinculados à Secretaria de Educação do DF.